quinta-feira, janeiro 11, 2007

relativo ou confuso!


Certa vez tive uma namorada, é; quero dizer, não poderia dizer, namorada, com N maiúsculo e tudo, mas era uma namorada sim. Era como se fosse um caso bem resolvido, sendo assim um namoro. Mas não um namoro qualquer, desses simples, românticos, autruistas. Era mais, não que eu esteja dizendo que era melhor, nem pior, era mais complicado mesmo. Dependia, tudo dependia, um namoro que dependia, ou melhor, nada era dependente, mas...era tudo relativo. Esta é a palavra, tudo era relativo. Então tínhamos um namoro relativista, o que não tornava-o, por assim dizer, namoro. É o que quero dizer, um namoro que não era namoro relativizado pela palavra namoro, ou seja, não éramos namorados. O que éramos era relativo, e isso era bom, embora fosse relativo. Um dia dissemos: - Nós não somos namorados, porque namorado, bem namorado mesmo é muito relativo, não somos assim! Isto é um sonho. É como se tivéssemos uma relativa expectativa do nosso namoro. E começamos a viver assim, tentando não ter uma relativa expectativa de um namoro que não tínhamos. Ela ligava pra mim, eu ligava pra ela, encontrávamos e nos beijávamos falando da nossa perigosa e relativa expectativa de que não queríamos, de um namoro que não tínhamos. Já faz tempo, já era hora de decidirmos algo, em nome do nosso cinema, nossos jantares, nossos olhares, nossa completa adjacência. Um dia levantamos e nos dissemos: - Vem cá, vem!?! Já é hora! Boa noite!

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