sexta-feira, março 09, 2007

lá do outro lado de lá



Voltei! Aliás, voltei?
Desculpas sempre são esfarrapadas, todas elas, mas tem desculpas que são piores. Estas de blogueiros, por exemplo, tentando recompor a pouquíssima moral da partida eminente, do cansaço, da preguiça jocosa, da mais pura falta de sentido. Isto não é, também, por falta do que fazer....imagina.


Fui pra China, Taiwan. Gente, é o trem mais bacana do mundo dar a volta nele. Taiwan tem um povo de personalidade ímpar, generosos, amoroso, educados, paciente....fiquei lá pensando comigo, que droga de mundo gosta tanto de ter os Estados Unidos no poder? Bem, agora estou aqui, desculpem a ausência desmedida, mas tá saindo um texto quentinho aí, lá do outro lado de lá!

domingo, fevereiro 04, 2007

Bravo, o capito!


Lembro-me que era noite quente, eu e minha mãe vínhamos de ônibus do outro lado da cidade. Eram dois ônibus, as mesmas duas linhas que até hoje fazem o mesmo percurso. Fomos assistir um espetáculo de teatro num lugar que, pra mim, ainda era uma descoberta. Num ranchinho modesto com silêncio da mata. Nós alí cumprindo um dever cultural, um prestígio nato, orgulhosos de nossa longa viagem e felizes por nada. Em poucos momentos da vida temos a honra de dizer: - Se eu quizesse estar em algum lugar hoje, este lugar é aqui! E naquele dia tínhamos esta honraria estampada nos dentes. Naquele dia reservei ingressos e soube que o teatro estava lotado. Lotado seguinificava 75 lugares, honrosos 75 lugares em três distintas arquibancadas rosas e tudo dentro de uma espécie de casa de mantimentos; estas casas onde, num tempo não muito distante, se guardava as selas de cavalos, enchadas, com seus 5 x 8, 6 x 6, algo assim, não mais que isto.
Entramos, platéia sedenta, honrada, talvez a mesma platéia que voltaria as filas de espera durante anos seguidos. Na época eu não conhecia o ator, não entendia a linguagem, minha única referência, talvez, fosse a intuição de dizer; gosto disso! Se me perguntar hoje a sequencia do espetáculo, tenho certeza que te dou ela inteirinha. Confusa, claro, estranha, meio sem nexo, mas garanto a fonte, o esqueleto e a essencia do que vi, Dez justos anos depois. Depois daquele dia eu viria a ouvir Clown milhares de vezes, estaria condenado em eternas discussões de distinções de Clown e Palhaço, que, confesso, ainda hoje, não entender bem! Se é que ela existe óbviu.

Terminando o espetáculo o palhaço tira o nariz e homenageia outro palhaço italiano, de quem tudo aprendeu. Eu e minha mãe, emocionados de tanto rir - há anos não sentia aquela sensação, como um estado de choro e tristeza por estar muito feliz - voltamos para casa rindo, voltamos com uma vontade de dizer a todos, olhem o que eu vi! Olhem o que aconteceu! Olhem o que eu, com este dinheiro, comprei ontem! Infelizmente teatro tem dessas coisas, você não consegue chegar em casa e dizer; olhem o que comprei ontem! Se você compra um livro, um quadro, um cd, ou qualquer outra coisas, você chega em casa e diz: - Olhem o que comprei! E mostra. As pessoas acreditam porque vêem. Com teatro não. E nessa semana aprendi isso e viria anos e anos depois sofrer com esta descoberta.

Eu já me encaminhara pro teatro a muito tempo, mesmo antes disso tudo, mas nessa época iniciei uma estrada que até hoje é motivo de muito trabalho e prazer. Dividindo palco agora - isso já tem 4 anos - com dois palhaços argentinos, um casal ímpar nesta selva tetral. Tive, assim, a oportunidade de iniciar um espetáculo também de palhaço, e mais, dirigido também por um italiano. E num desses encontros que o circular movimento da vida nos proporciona fomos todos juntos para um palco na cidade maravilhosa e lá, da coxia, eu esperava meu momento de entrar, esperava o tempo do nosso roteiro, nervoso e concentrado. Do outro lado do palco, não pra minha surpresa, mas para meus cegos olhos de até então, entra Teotônio; o palhaço da noite quente no ranchinho longe de casa. É engraçado nossa memória! Precisa ver o óbviu para descobrir o improvável. Dez justos anos depois, iniciante amador, um aprendiz inconstante, estava a ver aquele palhaço magrela. E a sequência confusa, mas honesta, do espetáculo que assistira, me veio a cabeça, inteira e a sensação daquela descoberta primeira também; O ônibus, o cheiro da mata, as 75 fieis pessoas...etc!

Bem! Estava eu, pronto pra entrar em cena, com os olhos marejando em frangalhos, mergulhado naquela imensidão, na minha honestíssima concentração assistindo Ricardo Puccetti ajudando Leris Colombaioni - filho do mestre italiano homenagiado a dez anos atrás; Hoje o meu mestre, nosso diretor. Abel, meu companheiro de cena, me cutucá e diz: - Tudo pronto? Acordo e começo a me tatear procurando algo que faltasse no figurino, como o fumante que nunca sabe em que bolso está o isqueiro, patético.

Finalizamos a noite de gala em grande estilo, uma noite em homenagem a Nani Colombaioni, o mestre de Ricardo Puccetti. Dentro de mim uma enchorrada de sentimento, olhar catatônico para não perder nada, um curioso excitado, como estes cachorrinhos de madame que pula, late e gasta energia pra nada, patético.

Ricardo Puccetti é modestíssimo, naturalmente tímido e tem, pra nossa felicidade, uma língua afiada e excelência no trato da linguagem do palhaço, na postura de artista, na disciplina diária de seu treinamento, no olhar cirúrgico quando se fala em comicidade, em teatro. É sem dúvida uma referência para todos nós. É a bússola, o norte firme.

Leris, durante os ensaios tenta me explicar o "raciocínio do palhaço", o que se deve ter no fazer, no pensar, no agir, a dignidade e respeito com o público, sua independência artística, etc. Eu, tentando resumir a conversa e demonstrando completo entendimento, digo: - Como Ricardo! Leris levanta os braços, num gesto de não ter o que dizer, e como um autentico italiano debruça as palmas das mãos no meu pescoço com dois pesados, mas carinhosos tapas, típico da máfica e fecha: - Bravo Darko, o capito!




quarta-feira, janeiro 31, 2007

Sidney Sheldon




11 de fevereiro 1917 a 31 de janeiro de 2007

Sobrevivente - Anônimo


Esse texto, anônimo, foi encontrado ao fim da segunda Guerra Mundial num campo de concentração nazista:"Sou sobrevivente de um campo de concentração.Meus olhos viram o que ninguém deveria ter visto.Câmaras de gás construídas por engenheiros formados.Crianças envenenadas por médicos diplomados.Recém-nascidos mortos por enfermeiras treinadas.Mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados de colégios e universidades.Assim... são muitas as minhas suspeitas sobre a educação!"

Não Desejarás - Sérgio Cohan



Não desejarás a mulher do próximo!... ... e a mulher do próximo, pode me desejar?E se desejo o próximo ou ele me deseja?E se o próximo não deseja a mulher dele?E se a mulher do próximo não deseja ele?E se os três nos desejamos?E se ninguém deseja ninguém?E se minha mulher deseja a mulher do próximo?E, por que não... o próximo?E se o próximo deseja minha mulher?E se eu desejo a minha mulher e a do próximo?E se ambas me desejam?E se... todos nos desejamos?...Sempre aparecerá alguém para dizer: "vamos parar por aí!... não desejarás!... e ponto final!"

Nós Mesmos


Entre nós alguém sente, pensa, outro escreve.
Entre nós discordamos do que sentimos, do que fazemos, e sempre um de nós será a cruz, o carma, outro a salvação completa.
De nós um será apaixonável, apaixonante, delirante, outro cotidianamente banal.
Todas as vezes que precisarmos um do outro é porque entre nós lucraremos a rodo, ganharemos, sorriremos juntos e cada qual cumprirá seu papel jornal.
Não nos odiaremos, afinal, pois temos um ao outro em cada um, somos imagem e semelhança, porém um existe na idéia outro no papel, um vive por ai outro guardado a sete chaves como segredo inviolável.
Nos defendemos, pois nos dependemos, somos irmãos de sangue e, por incrível que pareça, completamente diferentes na cama. Enquanto um ama outro trepa e trocamos de papéis, pois gostamos do que o outro faz, assim lidamos diariamente com nossas funções. Eu amores, você perdedores, você olhares, eu banalidades.
Um é poesia distraída, outro resposta exata. Um converge outro diverge. Somos os mesmos nas curvas, descidas embaladas, mas quando freiamos somos a diferença da distância de onde paramos.
Somos os mesmos, um poeta, outro concreta. Um se enerva outro se expressa. Somos nossas necessidades, nossas explicações molestas, nossas próprias irreverências discretas.
Somos, que assim seja, o sorriso obtuso da descrença, a força ampliada da beleza. A confusão mais profunda da macheza. Somos nós que insistimos em separar nós mesmos.

sanduiiche-iche

domingo, janeiro 28, 2007

Os Assad

Olá leitores, olá amigos...não necessariamente nessa ordem.
Sou amante da família Assad, esta que segue abaixo. Lembro-me de ter tido a felicidade de ouvi-los em sua cidade natal toda a família, pai, mãe e filhos. Época em que eu estudava viloão erudito no conservatório de Tatuí. Na virada da vida fui obrigado a me dedicar as artes cênicas, que por felicidade, sou muito grato a vida que me deu. Mas ainda me saúda as lembranças dos calos nos dedos, das únhas da mão direita, lixa d'água, alongamento nas mãos, pastas e pastas que iam das sonhadas e desejadas até, claro, as que eram possíveis de se executar. Lembro-me que separava as partituras entre as óbvias, as futuras e as impossíveis, onde aqui guardava Chaconne de Bach, Concerto de Aranjuez, muitas de Agustini Barrios...etc. Hoje dou muita risada, mas foi um época que eu levava tão a sério que chegava a tocar em horário de almoço, madrugada, café da manhã. Bem, de tudo, além da paixão pela música e o aprendizado levado a sério, como uma transferência de aprendizado, para o teatro, fiquei amante do som dos Assad. Como não sabia o que escrever, talvez pelo tanto que se represente, concentrei-me no óbvio e busquei um texto simples tirado do site ClicMusic. Lá tem data de nascimento, cidade natal, um breve histórico....mas gente, são muito além tá? Aproveitem, ao menos o que tem em vídeo, e começem a ouvir os Assad.
Hoje penso seriamente em voltar pro instrumento; Ouvindo-os, então, mais ainda!

Badi Assad


Irmã caçula dos violonistas Sérgio e Odair Assad (o Duo Assad), Badi Assad, nascida em São João da Boa Vista (SP), também seguiu a carreira musical, como violonista, cantora, percussionista e compositora. Seus estudos musicais começaram na infância, com um pequeno teclado. Aos 14 anos, quando os irmãos mais velhos saíram de casa para desenvolver uma carreira internacional como concertistas, começou a tocar violão para acompanhar o pai, bandolinista. Depois formou-se em violão no Rio de Janeiro. Venceu o Concurso Jovens Instrumentistas em 1984, e a partir de então passou a explorar novas possibilidades com a voz e a percussão do próprio corpo. Seu primeiro álbum solo foi "Dança dos Tons", lançado em 89. No início da década de 90 apresentou-se em festivais como Free Jazz Festival e Heineken Concerts ao lado de Heraldo do Monte, Raul de Souza, Raphael Rabello, Dori Caymmi e outros. A carreira internacional tomou força a partir de 94, quando assinou com o selo Chesky Records e gravou o disco "Solo". No ano seguinte foi a vez de "Rhythms", que obteve repercussão no cenário violonístico. Depois vieram "Echoes of Brazil" (97) e "Chamaleon" (Verve, 99), aclamado pela crítica internacional. A experimentação sonora com a voz e o corpo são marcas registradas de seu trabalho.

Duo Assad e Yo Yo Má


Formado pelos irmãos paulistas Sérgio Simão Assad (26/12/52) e Odair Simão Assad (24/10/56), de São João da Boa Vista, tornou-se um fenômeno internacional pela qualidade da sonoridade de seus violões. Conhecidos pelo virtuosismo, revitalizaram o universo da composição contemporânea para violão. Começaram a tocar em casa, com o pai, que gostava de choro. Em 1969 mudaram-se para o Rio de Janeiro, onde estudaram violão clássico por sete anos com Monina Tavora, ex-pupila de Andres Segovia. No final da década de 70 começaram a investir na carreira internacional, ganhando o prêmio máximo em Bratislava (Eslováquia). Depois viajaram para os Estados Unidos e a partir de 1983 radicaram-se na Europa. O Duo Assad chamou a atenção da crítica especializada por sua total sintonia de técnica e interpretação. Por serem irmãos, Sérgio e Odair começaram a tocar na mesma época, tiveram aula com os mesmo professores e aprenderam as mesmas técnicas, resultando em uma interação absoluta entre o som dos dois violões. Tiveram uma carreira de muito sucesso na Europa, participando de festivais em todo o mundo e colecionando prêmios. Compositores como Astor Piazzolla e Radamés Gnattali compuseram peças especialmente para o duo, que também se apresentou acompanhado por orquestras em vários países. A irmã da dupla, Badi Assad, também é violonista.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

O frio de Agelino!

Em noite de natal Agelino sentia frio. Isto começou quando ainda era novo, tinha lá seus três anos quando, na noite de natal, Agelino chorou. Chorar era comum, mas não naquele dia, daquele modo. O pai disse para a mãe deixá-lo chorando, que já havia brincado, banhado, comido e, por fim, sonado; devia ser bobagem. Mas o choro que vinha do quarto de Agelino era um choro frio, duro para aquela noite de natal. No ano seguinte foi a mesma coisa, só que agora ele se levantara e correra para os braços da mãe dizendo: - Ta flio, ta flio! Foram suas primeiras palavras. Demorou um pouco para que sua mãe percebesse essa anomalia. Toda noite de natal, Agelino sentia frio.
Quando era adolescente foi passar seu natal na casa dos avós. Com os pais separados naquele ano, passara o natal com os avós. Sua mãe antecipou-se e colocara no fundo da mala um agasalho de frio. Nas noites de natal Agelino deveria ter contigo um agasalho de frio. Num dos natais a festança foi numa fazenda com piscina, churrasqueira e várias pessoas de parentescos diversos. Naquele ano o calor era insuportável, todos, após o horário de cinderela resolveram envolver-se num penoso jogo, semelhante ao das brigas de galináceos, empurrando um ao outro na rasa piscina. Enquanto Agelino guardara-se friorentamente dentro de um robusto agasalho de lã, primos de sangue distante tentaram, alcolizadamente, convencê-lo a jogar-se. O dito sequer se mexera, demonstrara apenas tics rápidos no ranger de dentes. Os mais atléticos o pegaram pelo braço e sem se preocuparem com sua aflição iniciaram a típica contagem regressiva de quem, de alguma forma, tenta afligir a vítima que, neste momento, roga socorro. Mas Agelino negara a humilhação, não implorara socorro nem pedidos, mas esbofeteara todos ao redor. Era tapa, era soco e pontapé pra tudo quanto era lado sem medição de força ou distância. – Oh....bá....êh boi! Gritara um caubói. Assim, aos vinte e dois anos, diante do regalo familiar, Agelino perdera a namorada e, quase, a família.
Aos trinta anos ele já tinha várias artimanhas para driblar o frio...ou o natal. Sentindo que as faltas não eram bem vindas, Agelino encontrou recursos menos ortodóxicos. Num certo natal embebedou-se pra esquecer o problema, perdera a segunda namora pelo mesmo motivo. Noutro endividou-se, mas levou toda a família para os montes serranos, friorentos; assim, todos deveriam agasalhar-se, também. E, ano a ano, Agelino foi resolvendo seus problemas. Num deles improvisou uma fogueira no quintal, distribuindo quentão e vinho quente, transformara o natal em festa Junina. A família já se acostumara.
Mas um dia, e sempre tem este dia. Chegou em casa disposto a transgredir a noite de natal contratando uma bahiana para fazer acarajés. Pensara que a pimenta resolveria o problema do frio. Mas não havia como. O presépio estava armado, a árvore com bolas de vidro, mesa de frutas, presentes e toda parafernalha natalesca. E devido a habilidade em driblar as noites frias de natal, Agelino perdera o antigo hábito, de levar no funda da mala, roupas de lã. Agelino não escapou. Sentiu frio como nunca antes. E naquela noite Agelino, como começou a sentir dores. Dores nos ossos. Dores nos músculos. Dores sem fim.
Isolara-se num quarto de fundo, procurando, no desespero das pontadas algo que pudesse agasalhá-lo. Encontrou um quarto com tralhas da família, cochonete, tapete. Esvaziou uma caixa de papelão, rasgou-a, cobrindo-se. Tremia com o desespero da morte. Já não se preocupava com as dores. E por tanto hábito daquela anomalia não gritava, nem sequer gemia. Tem sempre o tempo na vida que percebemos que nos acostumamos com as coisas. E nos acostumamos tanto que nos acostumamos com as dores, com as pancadas e de tanto se acostumar, não pedimos ajuda. Agelino sofria sozinho.
No chão bagunçado um mapa do país, dobrado, velho, sem novidades. Agelino fechou os olhos, tremendo de frio, deitou-se ao lado dele. E com a boca arrancou um pedaço de papelão, pequeno e o cuspiu onde deveria ser seu destino. Pensou que se vivesse aquele dia iria viajar para este lugar, o lugar encontrado pelo pedaço de papelão, o destino do vento, do peso da saliva, do atrito da poeira, da velhice, do que viesse, fosse onde fosse seria seu destino. Prometeu, fez juras silenciosas, orou, agradeceu.
Ao abrir os olhos Agelino viu a água espumada, sentiu a mão afundar na areia molhada, sentiu o peso do corpo voltar. Esfregou os dedos dos pés sentido a água do mar. Agelino levantou a cabeça e perdeu-se na distância da água. Franziu a testa, o sol forte, levantou-se nu. Sorrindo, Agelino correu pro mar.
Para Vanina, com muito carinho!

terça-feira, janeiro 23, 2007

Hoje, Tommy Wonder


Ele nasceu dia 29 de novembro de 53 e em 26 de junho de 2006 numa luta contra o câncer de pulmão faleceu, mestre em close-up e magia de palco. Tommy Wonder fez teatro, dança e muito cedo conheceu as artes mágicas. Ganhou Word Championship of Magic em 79 e 88. Em 98 recebeu o prêmio Performer Fellowship Award e em 99 ganhou Best Sleight of Hand Performer, ou seja, incomparável. Mais que currículo, Tommy Wonder é exemplo de mágico, tanto diante do estudo como diante do público e, talvez, um tanto mais diante das artes mágicas. É importante estudar e ouvir Tommy Wonder falar. Nesta rotina de covilhetes por exemplo, é lindo ver como ele chegou em cada movimento, como desenvolveu a rotina, com todas as “justificativas” e “problemáticas” possíveis, cada passe, empalme, movimento, misdirection...é sem dúvida uma aula.

Bem, façam suas próprias observações; com vocês Tommy Wonder!

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Em Fim Mágica!

Já era hora deu escrever sobre mágica! E minha demora se deve, certamente, por não saber por onde começar. Diante de tanta indefinição fiz uma escolha por gosto próprio, sem qualquer ordem cronológica, de importância ou critérioo, assim como, tem se decorrido este blog. Segue abaixo algumas palavras e um vídeo de um mágico, que tive o prazer de conhecer e ver ao vivo;
Com você Michael Ammar:

Vi Michael Ammar no Congresso Brasileiro de Artes Mágicas de 2004, apresentando este número dos covilhetes – segue abaixo um vídeo do youtube. Eu não quero dizer a você o currículo e histórico deste mágico, basta entrar em seu site oficial; http://www.ammarmagic.com/about.html. Talvez, caiba a mim, falar sobre o essencial, sobre a forma de se ver a arte enquanto admirador e praticante dela. Michael Ammar impressiona, qualquer espectador, pela leveza que trata os movimentos, a leveza das mãos. Seu ritmo, sua condução e sua dicção deixa qualquer experiente ator de queixo caído, como costumamos brincar: - Se você não entende inglês, assista Michael Ammar, você entenderá tudo! Em todos os números que, tive a oportunidade de vê-lo, é como uma coreografia clássica, impecável e, ainda assim, com toda a propriedade para a improvisação; que, diga-se de passagem, é um forte no seu trato com o público. Quando existe alguma interferência do público, jamais verá Ammar deixar escapar uma piada de mau gosto, ou uma brincadeira dúbia ou algo assim, ele é um exemplo de gentleman, impecável.
Sua escola, não tenho como não citar aqui, foi, também, com o mestre Daí Vernon (que em breve terei orgulho em escrever), assim como esta própria rotina de covilhetes. Existem várias rotinas, técnicas com os covilhetes, o que mostro aqui é apenas uma delas. Colocarei em breve um vídeo de Tommy Wonder, assim vocês poderão ver a diferença de dois mestre deste efeito.
Agora, sentem-se, puxe uma cadeira, um sofá, pufe ou colo de namorada, só não fique em pé, chame a família, espere carregar todo o vídeo...só não dará tempo mesmo para pipoca, e aproveite ao máximo!

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Quem vem lá? Um poste ou miquitório?


Quem vem lá é gente sã. É gente tão sã e tão sóbria que não resta dúvida sua santíssima sanidade, és claríssima ciência, tens a vista turva, pois a leitura faz cansada vista, mas é gente sã, gente que não duvida que poste és tão somente um poste, fixo e duro, tenso e sóbrio, não tens outro nome, não tens outra função; ai dos cães que insistem em fazê-los miquitório, pois não restam aos cães não serem somente cães e não trazem a vista cansada ou turva, mas traz a sanidade e sobriedade de um cão, há não perceber a distinção entre um poste e miquitório, sendo tão somente sua condição de cão. Como seriam então a vista de um cão a ver um poste e pensá-lo somente poste? Ves que obra de miquitório, oh colega Rex? Onde vem o homem a construir tal coisa a nos agradar? Tão fálico e tenso é nosso miquitório que quando o mijo sou todo macho e bruto; queres amigo melhor que este? Amigo que vem a nos resgatar nossa mais íntima condição, cuja testosterona ainda nos excita? Coitado dos cães. Quem vem lá é gente sã, gente que não permite a questão da diferença entre poste e miquitório. Ai dos cães, cuidado cães de todo o mundo que quem vem lá é gente sã!

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Caipirinha e Pandeiro


No dicionário vem como diminutivo de caipira, mas não se trata deste. Em seguida lê-se: bebida feita com limão em rodelas ou macerado, açúcar e gelo, batidos com aguardente (cachaça, ou vodca, ou rum, etc). Já vi caipirinha de todo tipo, variações onde já não se vê origem dela, com mel....nunca bebi, mas juro que vi. Kiwi, morango, vodca de primeira, muito gelo com algumas gotas de adoçante. Há quem diga que isto se chama caipirinha.
Bebida tropical, simples e geniosa. Quando um novato se atreve a fazê-la, torna-se cruel como amargo sumo do limão. Se mal misturada imperdoavelmente acumula todo a açúcar no fundo copo. Pouco gelo é insuportável. Mas caipirinha mesmo é simples como arroz, feijão com ovo frito e duas rodelas de tomate.
Nunca vi receita escrita de caipirinha, é como livro didático para sambista...não existe. E se existisse, seria tão ridículo, que bastaria um gringo para patenteá-la. Aliás, já ouvi dizer que gringo anda patenteando cultura alheia como caipirinha, rapadura, até álcool combustível já ouvi dizer que não é nosso. Mas nego vai ter que patentear muita coisa até aprende a fazer caipirinha direito. Feijoada com paio, carne seca, toucinho, lingüiça, tem que ser acompanhada de caipirinha. Dizem que o limão da caipirinha ajuda a digerir a feijoada.
É cultura nacional, caipirinha, mais que bebida é palavra com significados. Quando pedem uma caipirinha é porque cerveja não basta, drink também não, ou tão somente ficar mais bêbado. Quando pedem caipirinhas é porque passou da conta de ser brasileiro, e não basta ter certeza de onde se está, é necessário degustar para saber. É como apimentar comida se está no México ou comer, mesmo que arrependido, um pedaço de chucrutes se está na Alemanha. No Brasil pede-se uma caipirinha, feita por um profissional, que pode ser o dono da casa, da bola, da conversa, do churrasco e será sempre boa quando feita pelo anfitrião. Como se apertam as mãos os diplomatas em momentos de guerra, bebemos limão em rodelas ou macerado, açúcar e gelo batidos com aguardente selando um gole de paz. Já vi madame beber caipirinha de 51, sem adoçante. É bebida de gente rica e pobre. Já ouvi gente dizer que é bom pra refrescar a alma e, que o conflito entre o frescor do gelo e limão com aguardente lembra fetiche de filme erótico no meio da natureza embaixo de cachoeira gelada.
Caipirinha, como o pandeiro, todo mundo deveria aprender a tocar bem.

sábado, janeiro 13, 2007

Deslocamento ao som de Nei Lopes e Wilson Moreira

Tens a marca discreta da leveza

A pureza perfeita da estranheza

Pitada de mistura turqueza

Fincada na feminina certeza

És deslocamento

és atmosfera

és rarefeito

és inédito seu paradeiro

és, que assim seja, a incerteza do indiscreto

o desprezo do inédito

a estréia do incorreto

Por mais que queiras meu silêncio

Por mais que arbitre em mistério

Por mais que desloque meu império

Por mais, que assim seja;

serás o sinuoso sombrio mistério

do ar.

Às Mulheres que Nunca Tive

Um dia após seu aniversário começou a escrever para suas ex-namoradas, ou melhor, para suas ex-mulheres, não; para seus ex-amores. Pensou, pensou e pensou mais um tanto até chegar à definitiva conclusão de que escreveria pras as mulheres que nunca teve. Nunca ninguém imaginara escrever um texto, um poema, uma crônica ou que fosse uma carta de despedida para “As Mulheres que Nunca Tive”. E assim foi. Começou:

Dedico esta singela homenagem
às mulheres que nunca tiveram
o prazer do meu gozo.

Releu e sentiu-se um pouco arrogante, não queria parecer assim. Refletiu, pensou, apagou tudo e recomeçou:

De hoje em diante serei sempre seu,
sempre seu patrimônio,
seu bedel, seu sonho impossível.

Acho que a última frase poderia ser ambígua demais, queria algo certeiro, poético, metafísico talvez. Pensou em mudar o tema, mas achava a idéia boa, só não sabia por onde começar a carta, o texto, o poema, a crônica. Se esforçou mais um pouco, agora seria sério, fixou-se, concentrou-se somente ali:

Fiz do meu passado
Da tua inexistência
Meu mais profundo desejo
Minha loucura sem nexo

Frio, mecânico, quase matemático, metálico. Loucura sem nexo é quase abominável, é tão ruim que não chega a ser clichê, tem que melhorar muito pra isso. Ficou ensandecido. Assim, sem esperar nada, bateu-lhe uma solidão insólita, um frio discrepante, como se não houvesse a possibilidade de voltar atrás, como se realmente, pela primeira vez, sentisse o vazio do inevitável, da fatalidade. Olhou a vida passando nas páginas em branco, a folha de sulfite leve como uma revoada e sem mais tentou fincá-la à mesa, como segurando o último suspiro e começou a escrever garranchos:

Sou a tristeza do tempo roncando de fome,
Sou o perdido de amor gritando seu nome,
Sou o devaneio do louco à espera de um enxame.
E enquanto houver tempo de te conhecer
Serei o guerreiro no fracasso da luta sem chance.
E hoje, sem mais esperar por ti,
Retiro todas as chagas da minha angústia
Relembrando tudo aquilo que não fiz por ti.

Apoiou-se ao peitoral da janela em soluços, enquanto olhava as luzes da cidade imaginando quem seria ela. Melhor assim. Completou uma dose de Salineiras, ascendeu um cigarrro sentindo-se poeta e teve vontade de chorar a sensação de vazio. Foi até a mesa, abriu um dos presentes e comeu seu último alfajor argentino. Agora, completo, foi dormir.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

As três melhores de Einsten...



"O problema de se morar sozinho é que é sempre a nossa vez de lavar a louça"


"A única coisa que interfere com meu aprendizado é a minha educação. Educação é o que resta depois de ter esquecido tudo que se aprendeu na escola"


"A coisa mais dura de entender no mundo é o Imposto de Renda."


relativo ou confuso!


Certa vez tive uma namorada, é; quero dizer, não poderia dizer, namorada, com N maiúsculo e tudo, mas era uma namorada sim. Era como se fosse um caso bem resolvido, sendo assim um namoro. Mas não um namoro qualquer, desses simples, românticos, autruistas. Era mais, não que eu esteja dizendo que era melhor, nem pior, era mais complicado mesmo. Dependia, tudo dependia, um namoro que dependia, ou melhor, nada era dependente, mas...era tudo relativo. Esta é a palavra, tudo era relativo. Então tínhamos um namoro relativista, o que não tornava-o, por assim dizer, namoro. É o que quero dizer, um namoro que não era namoro relativizado pela palavra namoro, ou seja, não éramos namorados. O que éramos era relativo, e isso era bom, embora fosse relativo. Um dia dissemos: - Nós não somos namorados, porque namorado, bem namorado mesmo é muito relativo, não somos assim! Isto é um sonho. É como se tivéssemos uma relativa expectativa do nosso namoro. E começamos a viver assim, tentando não ter uma relativa expectativa de um namoro que não tínhamos. Ela ligava pra mim, eu ligava pra ela, encontrávamos e nos beijávamos falando da nossa perigosa e relativa expectativa de que não queríamos, de um namoro que não tínhamos. Já faz tempo, já era hora de decidirmos algo, em nome do nosso cinema, nossos jantares, nossos olhares, nossa completa adjacência. Um dia levantamos e nos dissemos: - Vem cá, vem!?! Já é hora! Boa noite!

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Olha esta Proposta!


Roberto, antes de tudo, é mais Roberto!

Olha e Proposta são infalíveis.
Não se preocupem, tentem, mesmo com aquele amor esquecido, mesmo aquele caso sem volta, não se aperreie, deixe que Robertão faz o resto.
Agora, no seu lugar, daria para a pessoa certa, como a gota dágua, um tiro de misericórdia....Roberto Carlos é o desequilíbrio, como diria Deleuze.

Deslocando o Eixo da Terra

Desde que eu era pequeno, tinha lá meus nove anos (Até pouquíssimo tempo, porque não? Isto é o que acontece com a nossa memória depois de uma certa idade, a infância se aproxima), partia a sonhar em mundos fantásticos. Criatividade natural, logo depois ajudada por Monteiro Lobato, Incrível Fábrica de Chocolates, Mágico de Oz etc. Em seguida vieram outros, tão bons e encantadores, mas já não era meu universo. Imaginava morar em cavernas, em ilhas, num enorme depósito de balas. Pensava como seria estar sozinho numa cidade deserta, os mercados abertos com chocolates e frutas a vontade, guaranás. Fantasia de criança.
Depois de adulto pensei em comprar uma ilha, embora mesmo sem poder, pensei. Pensei em ter comigo neste lugar os amigos, nenhum parente, somente minha companheira, quiçá meu filho. Amigos poderiam vir de todo o mundo, cada qual com sua cultura, sua culinária, seu instrumento popular. Teríamos o direito de ir e vir, cantaríamos juntos ou sós, faríamos bebedeiras homéricas sem pudor. Neste lugar faríamos escolhas, votaríamos nossas regras, nosso hino, guardaríamos nossas armas, faríamos uma constituição, fundaríamos um país. Para isso esse lugar deveria estar num terreno de ninguém, tomaríamos posse, daríamos um nome. Passaríamos a vida crendo em nós mesmo, e evitaríamos a guerra, contudo, daríamos a vida por este lugar, também lutaríamos.
Como se por mágica, como se por piscar de olhos, alguma coisa em mim novamente sonhou, novamente imaginou possibilidades, liberdades, força, criou infinitamente sem causa, sem efeito, sem a pretensão adulta de acertar. Estou agora imaginando um universo, nele com dez pessoas fundaríamos um país, nele olharíamos em volta e veríamos a imensidão profunda do horizonte infinito. O mar nos rodearia, as gaivotas fariam descansos e repousos de longas viagens, barcos pediriam permissão; gritando ao longe: - Posso chegar? De cá responderíamos: - Quem vem lá? – Eu! – Tens permissão da embaixada Sr Eu? Tens passaporte com visto Sr Eu? – Sim! Toda a documentação está aqui, carimbada, só preciso de sua autorização de entrada! E aos berros ficaríamos rocos, mas autônomos, independentes, livres. Escolheríamos uma moeda, teríamos uma rádio, duas, faríamos uma terceira rádio pirata pra nos interpelarmos sobre nossas próprias certezas. E descansaríamos, para no sábado jogarmos futebol, inventaríamos jogadores falsos, bonecos, mudaríamos o jogo ao nosso estilo, tiraríamos as traves. O mar é o limite.
Hoje acordei sonhando que era verdade! Descobri nos meus sonhos O Principado de Sealand, a minha ilha, o meu sonho, a fantasia de adulto. Sealand fica a 51 graus, 53 min, 40 seg a Norte e 1 grau, 28 min, 57 seg a Leste, tem 550 metros quadrados. Governado por Michael Bates, tem brasão, hino, bandeira e população flutuante entre 5 a 20 pessoas. Flutuante, literalmente. O menor país do mundo existe. Onde antes base militar, hoje é país, um antigo sonho.

Quando vi Sealand fiquei sonhando com toda proximidade que me cabe. Quando damos de inventar, inventamos sonhos, inventamos um acordo com nós mesmo, inventamos o inevitável desejo de ter, ser, conseguir. Inventamos nossas fábricas de chocolate como Michael Bates inventou Sealand, uma fantasia para mim, uma realidade para ele. Hoje é a outra vida de lá interferindo na de cá! É meu maior depósito de balas. Quando invento algo tento ser assim, quando crio uma história tento ser assim, é uma vontade absoluta de refazer inventivamente, fantasiosamente, misteriosamente conquistável. Como um Visconde de Sabugosa Nieztchiniano, um Cazuza Cabloco Querendo ser Inglês, uma Joana D´arc Anticemita, um Nostradamus Yung, Ishing Vestindo Panamá, a confusão mais profunda da humanidade num sonho, num ponto fixo de 550 metros quadrados. Deslocando completamente o eixo da terra.
Se alguém tem interesse em conhecer mais sobre a história do Principado de Sealand, veja no site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sealand
Bons sonhos, até a próxima!

Nada como o bolo de cenoura da Márcia


Bem! Creio que todos sabem o sufoco de se obter, ter ou cancelar qualquer produto da telefônica. Tenho passado por este constrangimento a muito tempo, sendo roubado inclusive. Numa de minhas tentativas para tentar o cancelamento de uma linha, fui obrigado a coisas horríveis, semelhantes a torturas psicológicas, cadeiras com taxinhas, filas erradas, horários contradítórios senhas centenárias e toda a humilhação possível de se passar. Obrigado a escrever uma declaração à telefônica (ilegal, diga-se de passagem), fiz esta que segue abaixo e creio que serve de modelo para vários de nós que pretenda coisas semelhantes com empresas ordinárias.
Aproveito também para dizer que lá não existe atendimento especializado, mulheres grávidas, idosos, mulheres com crianças aguardam pelo menos 40 minuto a uma hora de fila para saber número de sua senha. Uma vergonha, sem contar que se trata de um espaço de investigação humana maravilhoso, uma vez que alí vê-se pessoas de classe econômica muito pobre sendo explorados financeiramente - todos alí tem depoimentos de abusos por parte da empresa, sendo assim levamos em conta que um indivíduo, só, pode não estar a contar a verdade dos fato, contudo uma massa leva-nos a crer justamento no contrário; ou seja, a empresa Telefônica tem lucro indevido.
Pois bem, isso é mais um desabafo que outra coisa, não se trata de uma denuncia ou coisa do gênero, é mesmo para nos certificarmos do inevitável, do que todos sabemos, entendemos, sofremos e por fim não estabelecemos qualquer relação, estamos ausentes. Infelizmente.

DECLARAÇÃO

Eu Darko Magalhães Gomes, RG: 24603886-X CPF: 266.728.708-81 declaro estar ciente da urgência do cancelamento da linha telefônica de número 19-3289-5610, referente ao endereço R: Antônio Meneghetti, 164, CEP: 13082-704, Sendo assim, peço por meio desta que esta linha seja URGENTEMENTE CANCELADA;
Declaro estar ciente, por intermédio do Código de Defesa do Consumidor, que não tenho nenhuma obrigação de declarar o motivo do cancelamento. Mas respeitando o pedido da empresa Telefônica seguem: por motivos pessoais, por motivos de interesses próprios, por motivos de questões financeiras, familiares, legais, falecimento, conjugal etc...

O motivo do cancelamento, também, é devido ao meu desejo de mudar para a operadora Embratel, concorrente da telefônica, cujos valores são mais acessíveis e justos.
Declaro ciência da importância de todo e qualquer motivo declarado que justifique meu desejo e urgência para o cancelamento da dita linha.

Darko Magalhães Gomes


De tudo, uma coisa vale justiça aqui; Márcia, atendente que me ajudou nesta desconfortável tarefa tem plena convicção de toda esta pataquada. É consciente que está ali por salário, disse que prefere outro emprego, embora não consiga, o mercado anda ruim. Mas segundo ela seu bolo de cenoura é incomparável, disse-me isso abaixando a cabeça e diminuindo a voz para que ninguém nos pegasse falando de coisas boas. Não é seu papel.

domingo, janeiro 07, 2007

Não Entendo Clarice

Se Clarice não entende, vou entender eu?


Não entendo
Clarice Lispector

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.