quinta-feira, janeiro 18, 2007

Em Fim Mágica!

Já era hora deu escrever sobre mágica! E minha demora se deve, certamente, por não saber por onde começar. Diante de tanta indefinição fiz uma escolha por gosto próprio, sem qualquer ordem cronológica, de importância ou critérioo, assim como, tem se decorrido este blog. Segue abaixo algumas palavras e um vídeo de um mágico, que tive o prazer de conhecer e ver ao vivo;
Com você Michael Ammar:

Vi Michael Ammar no Congresso Brasileiro de Artes Mágicas de 2004, apresentando este número dos covilhetes – segue abaixo um vídeo do youtube. Eu não quero dizer a você o currículo e histórico deste mágico, basta entrar em seu site oficial; http://www.ammarmagic.com/about.html. Talvez, caiba a mim, falar sobre o essencial, sobre a forma de se ver a arte enquanto admirador e praticante dela. Michael Ammar impressiona, qualquer espectador, pela leveza que trata os movimentos, a leveza das mãos. Seu ritmo, sua condução e sua dicção deixa qualquer experiente ator de queixo caído, como costumamos brincar: - Se você não entende inglês, assista Michael Ammar, você entenderá tudo! Em todos os números que, tive a oportunidade de vê-lo, é como uma coreografia clássica, impecável e, ainda assim, com toda a propriedade para a improvisação; que, diga-se de passagem, é um forte no seu trato com o público. Quando existe alguma interferência do público, jamais verá Ammar deixar escapar uma piada de mau gosto, ou uma brincadeira dúbia ou algo assim, ele é um exemplo de gentleman, impecável.
Sua escola, não tenho como não citar aqui, foi, também, com o mestre Daí Vernon (que em breve terei orgulho em escrever), assim como esta própria rotina de covilhetes. Existem várias rotinas, técnicas com os covilhetes, o que mostro aqui é apenas uma delas. Colocarei em breve um vídeo de Tommy Wonder, assim vocês poderão ver a diferença de dois mestre deste efeito.
Agora, sentem-se, puxe uma cadeira, um sofá, pufe ou colo de namorada, só não fique em pé, chame a família, espere carregar todo o vídeo...só não dará tempo mesmo para pipoca, e aproveite ao máximo!

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Quem vem lá? Um poste ou miquitório?


Quem vem lá é gente sã. É gente tão sã e tão sóbria que não resta dúvida sua santíssima sanidade, és claríssima ciência, tens a vista turva, pois a leitura faz cansada vista, mas é gente sã, gente que não duvida que poste és tão somente um poste, fixo e duro, tenso e sóbrio, não tens outro nome, não tens outra função; ai dos cães que insistem em fazê-los miquitório, pois não restam aos cães não serem somente cães e não trazem a vista cansada ou turva, mas traz a sanidade e sobriedade de um cão, há não perceber a distinção entre um poste e miquitório, sendo tão somente sua condição de cão. Como seriam então a vista de um cão a ver um poste e pensá-lo somente poste? Ves que obra de miquitório, oh colega Rex? Onde vem o homem a construir tal coisa a nos agradar? Tão fálico e tenso é nosso miquitório que quando o mijo sou todo macho e bruto; queres amigo melhor que este? Amigo que vem a nos resgatar nossa mais íntima condição, cuja testosterona ainda nos excita? Coitado dos cães. Quem vem lá é gente sã, gente que não permite a questão da diferença entre poste e miquitório. Ai dos cães, cuidado cães de todo o mundo que quem vem lá é gente sã!

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Caipirinha e Pandeiro


No dicionário vem como diminutivo de caipira, mas não se trata deste. Em seguida lê-se: bebida feita com limão em rodelas ou macerado, açúcar e gelo, batidos com aguardente (cachaça, ou vodca, ou rum, etc). Já vi caipirinha de todo tipo, variações onde já não se vê origem dela, com mel....nunca bebi, mas juro que vi. Kiwi, morango, vodca de primeira, muito gelo com algumas gotas de adoçante. Há quem diga que isto se chama caipirinha.
Bebida tropical, simples e geniosa. Quando um novato se atreve a fazê-la, torna-se cruel como amargo sumo do limão. Se mal misturada imperdoavelmente acumula todo a açúcar no fundo copo. Pouco gelo é insuportável. Mas caipirinha mesmo é simples como arroz, feijão com ovo frito e duas rodelas de tomate.
Nunca vi receita escrita de caipirinha, é como livro didático para sambista...não existe. E se existisse, seria tão ridículo, que bastaria um gringo para patenteá-la. Aliás, já ouvi dizer que gringo anda patenteando cultura alheia como caipirinha, rapadura, até álcool combustível já ouvi dizer que não é nosso. Mas nego vai ter que patentear muita coisa até aprende a fazer caipirinha direito. Feijoada com paio, carne seca, toucinho, lingüiça, tem que ser acompanhada de caipirinha. Dizem que o limão da caipirinha ajuda a digerir a feijoada.
É cultura nacional, caipirinha, mais que bebida é palavra com significados. Quando pedem uma caipirinha é porque cerveja não basta, drink também não, ou tão somente ficar mais bêbado. Quando pedem caipirinhas é porque passou da conta de ser brasileiro, e não basta ter certeza de onde se está, é necessário degustar para saber. É como apimentar comida se está no México ou comer, mesmo que arrependido, um pedaço de chucrutes se está na Alemanha. No Brasil pede-se uma caipirinha, feita por um profissional, que pode ser o dono da casa, da bola, da conversa, do churrasco e será sempre boa quando feita pelo anfitrião. Como se apertam as mãos os diplomatas em momentos de guerra, bebemos limão em rodelas ou macerado, açúcar e gelo batidos com aguardente selando um gole de paz. Já vi madame beber caipirinha de 51, sem adoçante. É bebida de gente rica e pobre. Já ouvi gente dizer que é bom pra refrescar a alma e, que o conflito entre o frescor do gelo e limão com aguardente lembra fetiche de filme erótico no meio da natureza embaixo de cachoeira gelada.
Caipirinha, como o pandeiro, todo mundo deveria aprender a tocar bem.